A junta militar do Níger, que tomou o poder na semana passada e depôs o presidente eleito democraticamente Mohamed Bazoum, disse na segunda-feira (31/07) que o governo deposto autorizou a França a realizar ataques na presidência para tentar libertar Bazoum.
A junta, que confinou Bazoum ao palácio presidencial desde quarta-feira (26/07), já havia alertado contra tentativas estrangeiras de retirá-lo, dizendo que isso resultaria em derramamento de sangue e caos.
Os comentários dos militares foram feitos pelo coronel do Exército Amadou Abdramane, um dos golpistas, na televisão estatal. Ele disse que a autorização foi assinada pelo ministro das Relações Exteriores do Níger Hassoumi Massoudou, atuando como primeiro-ministro.
Massoudou não foi encontrado para comentar. A França condenou o golpe e pediu que Bazoum fosse restabelecido, mas não anunciou nenhuma intenção de intervir militarmente.
A única autoridade que a França reconhece como legítima no Níger é a do presidente Bazoum, disse o Ministério das Relações Exteriores francês nesta segunda-feira, quando perguntado se havia obtido autorização do Níger para realizar ataques para libertar o líder deposto.
“Nossa prioridade é a segurança de nossos cidadãos e nossas instalações, que não podem ser alvo de violência”, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores da França em comunicado à Reuters.